BLOG DA GRAZIELE

Participar de um podcast nem sempre é apenas uma troca de ideias, às vezes, é um verdadeiro chamado à reflexão. E foi exatamente isso que aconteceu na gravação conduzida pela OAB Tatuapé e Just tec, com a presença da juíza do trabalho Dra. Graziele Cabral.

O encontro reuniu também a Dra. Bruna Rodrigues, presidente da Comissão de Direito do Trabalho, e a Dra. Charmila Rodrigues, presidente da Comissão das Mulheres Advogadas. Juntas, conduziram uma conversa profunda e generosa sobre os caminhos da mulher na magistratura, a violência de gênero no ambiente jurídico, os desafios da jovem advocacia e a urgência de fortalecer redes de apoio femininas.

A mulher que ensina, julga e inspira

A trajetória da Dra. Graziele Cabral, juíza do trabalho da 23ª Região e professora desde os 21 anos, mostra que é possível, e necessário, ocupar espaços com competência, leveza e autoridade. Entre histórias marcantes da docência e passagens desafiadoras da sua atuação na magistratura, ela compartilhou com franqueza os bastidores de uma carreira pautada por firmeza, empatia e resiliência.

Mesmo após quase 20 anos de magistratura, a Dra. Graziele relatou episódios de preconceito de gênero vindos de colegas, advogados e até de outras mulheres, mostrando que o machismo estrutural não respeita cargos ou titulações. “A mulher precisa ser duas vezes mais firme, duas vezes mais preparada. E ainda assim, muitas vezes, ela é mal interpretada”, afirmou.

O poder da escuta, da sororidade e da mudança cultural

O podcast também deu espaço para relatos emocionantes sobre como o ambiente jurídico ainda impõe barreiras invisíveis, mas reais, às mulheres. Desde a dificuldade de serem levadas a sério em audiências até o julgamento sobre suas roupas, vozes ou aparência, os exemplos mostraram que o problema não está na competência, mas na cultura que insiste em desacreditar mulheres em posições de liderança.

A Dra. Bruna compartilhou experiências do cotidiano da advocacia trabalhista, especialmente relacionadas ao assédio moral e sexual no ambiente corporativo. Já a Dra. Charmila trouxe reflexões sobre como muitas mulheres ainda se colocam no lugar de rivais, e não de aliadas, por influência de crenças antigas e estruturas competitivas que precisam ser revistas.

Agosto Lilás e o protagonismo da mudança

O episódio foi gravado durante o mês de agosto, símbolo da campanha Agosto Lilás de enfrentamento à violência contra a mulher. Para além da pauta jurídica, o diálogo também abordou saúde mental, autocobrança, maternidade, e o papel das mulheres na construção de novos espaços de liderança e acolhimento.

“A gente precisa interromper a violência que fazemos com nós mesmas. Entre nós. E isso começa pela forma como olhamos, falamos e apoiamos outras mulheres”, reforçou Charmila ao final do encontro.

Projeto em andamento: ouvindo e mapeando realidades

O episódio também apresentou um projeto importante da OAB Tatuapé: uma iniciativa que busca mapear as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na advocacia. A ação inclui entrevistas com advogadas de diversas áreas e a aplicação de um formulário detalhado para identificar os principais pontos de atenção e construir soluções concretas, como cursos, canais de acolhimento e ações efetivas para o fortalecimento da mulher advogada.

Um convite à reflexão (e à ação)

Mais do que uma conversa entre mulheres, o podcast com a Dra. Graziele Cabral foi uma aula de escuta, empatia e coragem. E se há algo que ficou evidente, é que o protagonismo feminino no Direito não depende apenas de cargos ou conquistas individuais, mas da construção coletiva de um ambiente onde todas possam se ver, se reconhecer e se fortalecer.

Se você ainda não assistiu ao episódio completo, vale a pena reservar um tempo. Porque ali, além de informação jurídica, há humanidade, acolhimento e transformação. Clique aqui! 

Autoria de Graziele Cabral por WMB Marketing Digital

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