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Vestimenta no trabalho: até onde o empregador pode exigir sem ferir direitos?

A forma como nos vestimos no ambiente de trabalho pode ser uma exigência da empresa, sim. Mas até onde vai esse controle sem ultrapassar os limites legais?
Esse é um tema que ainda gera muitas dúvidas e situações de conflito entre empregadores e empregados, principalmente quando há imposições consideradas abusivas, preconceituosas ou que ignoram questões culturais, de gênero ou religiosas.
O que a lei diz?
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não traz uma regra específica sobre vestimentas. Porém, ela permite que o empregador estabeleça normas internas, desde que essas diretrizes estejam relacionadas à atividade desenvolvida e respeitem a dignidade da pessoa humana.
Ou seja, se há risco de acidentes, o uso de uniforme ou EPI pode ser obrigatório. Da mesma forma, setores que lidam com atendimento ao público podem estabelecer um padrão visual. Mas isso não significa que tudo pode ser exigido.
O limite está no respeito
A exigência de roupas que expõem o corpo, que não consideram identidade de gênero, que impedem manifestações religiosas ou que constrangem o trabalhador fere direitos fundamentais e pode configurar assédio ou discriminação.
Já existem decisões da Justiça do Trabalho reconhecendo danos morais em casos em que empregados foram obrigados a seguir códigos de vestimenta abusivos, desrespeitosos ou incompatíveis com suas crenças ou identidade.
Pode haver punição por roupa inadequada?
Sim, mas é preciso muito cuidado. A advertência ou até uma sanção mais grave só podem acontecer quando há uma conduta reiterada que desrespeita normas claras, razoáveis e previamente comunicadas.
Por isso, o ideal é que os critérios estejam registrados no regulamento interno da empresa e sejam construídos com equilíbrio. A roupa deve ser pensada como parte do ambiente profissional, e não como instrumento de imposição ou julgamento.
Conclusão: bom senso também entra em pauta
Vestir-se adequadamente para o trabalho é uma via de mão dupla: exige bom senso das duas partes. O empregador pode definir diretrizes, mas deve garantir que essas regras respeitem a individualidade, a saúde, a segurança e os direitos fundamentais de cada trabalhador.
Se você viveu alguma situação assim ou tem dúvidas sobre o tema, vale buscar orientação profissional. Direito do trabalho também é sobre respeito no cotidiano.
Autoria de Graziele Cabral por WMB Marketing Digital
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